quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pra que livro didático?!


O livro didático é um dos instrumentos mais importantes no processo de ensino e aprendizagem. Mas, infelizmente poucos alunos têm consciência disso ao deixarem os livros em suas casas em vez de trazê-los para a sala de aula. No ensino médio da Escola Otávio Meira (município de Benevides-PA), 2010 será o terceiro ano em que os alunos terão disponível livros de Matemática, História, Geografia, Língua Portuguesa, Biologia e física e sempre esperamos que eles sejam utilizados em atividades de leitura, pesquisa, resolução de questões, etc.
A reclamação mais comum dos alunos é de que os livros são pesados para serem carregados até a escola. No geral os professores reclamam da ausência dos livros na hora da aula. Este impasse parece que não foi resolvido nos dois últimos anos. Muitos alunos falam que “trazer livro não vale ponto”, outros sabem da importância dele e o trazem com muito esforço. Esforço é algo ausente de grande parte dos alunos que só pegam o livro na véspera da prova.
Não existe ensino-aprendizagem sem esforço, sobretudo nas escolas públicas, onde as políticas de sucateamento dos governos municipais, estaduais e federais é feito sem muito esforço: desvio de verbas, péssimas remunerações aos profissionais em educação, falta de estrutura (biblioteca, auditório, sala de vídeo, etc.).
É necessário um planejamento que visualize um maior rigor quanto ao uso permanente do livro didático em sala de aula, pois sabemos que muitos alunos não possuem hábito de leitura em casa. Sabemos da importância de outros recursos para o ensino e aprendizagem (excursões, textos complementares, feiras culturais, filmes, músicas, etc.).
Os professores que usam o livro didático sabem que não podem passar textos complementares pelo fato dos alunos resistirem a esse tipo de recurso, pois no geral a defesa é essa: “se temos um livro, pra que outros textos”. Aí está o dilema: em outros tempos, quando não tínhamos livro didático, trabalhávamos com textos, quando era comum poucos alunos adquirirem eles; agora que temos livro didático a maioria dos discentes não o levam a sério.
Num momento de exigência e, ao mesmo tempo, carência no ensino que exija análise e interpretação, leitura é fundamental. Exercitar leitura em sala de aula, discutir resolução de questões do livro, desenvolver seminários em torno de capítulos e, se for o caso, bonificar com pontuação os alunos que trazem e usam o livro, podem ser propostas para que o aluno veja o este material como essencial em sua vida estudantil.